08 maio, 2007

DIVIDIR OS TRABALHADORES PARA OS ATIRAR UNS CONTRA OS OUTROS E ASSIM FRAGILIZAR A SUA LUTA

Logo na pág. 3 do seu “Livro Verde”, a Comissão Europeia começa por dividir os trabalhadores entre os que estão “dentro do sistema” ( a que chama “insiders”), ou seja, aqueles que têm “emprego permanente” e que têm direitos; e os que estão “fora do sistema” ( a que chama “outsiders”) “nos quais se incluem desempregados, pessoas afastadas do mercado de trabalho e aqueles que se encontrem em situações de emprego precárias e informais, ou seja, os com contratos a prazo, com contratos temporários, com “recibo verde”, com contrato á tarefa, com contratos de “zero horas”, etc., que não têm direitos. Os primeiros, ou seja “os insiders”, com contratos por tempo indeterminado, estariam excessivamente protegidos e seriam os culpados dos outros trabalhadores não terem direitos.

O objectivo da Comissão Europeia com o seu “Livro Verde”,tal como o patronato, não é dar direitos aos trabalhadores que não têm, ma sim retirar e destruir os poucos direitos que possuem os trabalhadores com contratos permanentes. O inimigo a abater são os contratos permanentes, para assim liberalizar os despedimentos. Para isso, à semelhança do que fez o governo de Sócrates quando atacou o sistema de segurança social, em que dividiu os trabalhadores em privilegiados (os da Administração Pública) e não privilegiados (os do sector privado) para assim lançar trabalhadores contra trabalhadores e retirar direitos a todos eles, a Comissão Europeia também faz o mesmo e começa por dividir os trabalhadores em privilegiados (os que têm contrato permanente) e não privilegiados (os que não têm contrato permanente), visando também lançar uns contra outros, para assim fragilizar a sua luta e tornar mais fácil a introdução de alterações nas lei laborais visando a liberalização dos despedimentos.