Intervenção da Direcção da União Local de Sindicatos
Marcha contra o Desemprego
Nós também dizemos, pelo Emprego com direitos.
Amigos e camaradas,
Terminamos agora a grande jornada do dia pelo Litoral
Alentejano. De Alcácer a Sines, com passagem por Grândola e Santiago, como na
generalidade do País, verificamos que o emprego em Portugal está a tornar-se
numa miragem.
De facto, sabemos e sentimos que, trabalho por esse país
fora, há de facto e muito a fazer. Mas o trabalho com direitos, onde a pessoa
humana seja dignificada está a tornar-se muito raro.
Mas isto não é novo camaradas. Agravou-se de forma
significativa nos últimos dois anos.
Há anos atras, promovemos nesta cidade uma tribuna
pública para alertar que o trabalho precário estava em crescendo, que as ETT
estavam a florescer, que os salários iriam baixar, que o direito tinha
tendência a desaparecer, e que a Justiça social estava em grande risco.
Verificamos que, INFELIZMENTE tínhamos toda a razão
Factos são isso mesmo. O trabalho que existe, salvo
aquele que ainda está coberto por contratos coletivos de trabalho, podemos já
considerar trabalho de escravo…
Para os mais sépticos que poderão pensar… É um exagero o
que dizemos…
Pois bem… Que dizer do trabalho em que não há regulação
salarial? Que dizer do trabalho onde não há horário previsto para a saída; Que
dizer do trabalho onde para além do consignado na lei (8 horas diárias), está
tendencialmente para não ser pago. Aliás, os bancos de horas estabelecem mesmo
isso. Que dizer de muitas outras arbitrariedades? Isto não é trabalho de
escravo?
É isto que temos neste Portugal triste e pelos vistos
sem futuro.
Um país que não aposta no desenvolvimento dos seus
recursos humanos é um país condenado ao seu desaparecimento.
Já em
“Setembro 1944 – Soeiro Pereira Gomes- Engrenagem"
escrevia…
“Para os trabalhadores sem trabalho – rodas paradas de
uma engrenagem caduca”
Isto quer dizer muito para o mundo laboral. De facto.
Temos a nossa engrenagem caduca.
Podemos e devemos ainda lembrar que nos últimos dez anos
pelo menos, os sucessivos governos , governaram sempre a favor do capital.
Este e o anterior
são exemplos claros do que dizemos.
Em 2003 “inventa-se” o código do trabalho, Objectivos:
Estimular a economia, rejuvenescer as empresas e criar emprego.
Depois, veio outro governo que tinha prometido nas
campanhas eleitorais alterar as normas mais gravosas do código do trabalho e
fez a lei 7/2009 agravando as condições de trabalho para os trabalhadores.
Temos agora este governo que, com a “papinha” toda
feita, deu a machadada final nos direitos e na regulação do trabalho.
Uma coisa é certa depois destas experiências
governativas:
A Economia do
país e das empresas (salvo as financeiras) está como todos sabemos…
O desemprego caminha a passos largos para o milhão de
portugueses sem trabalho.
A Segurança social caminha assim para a falência técnica
e o país será a breve prazo, SE NÃO TOMARMOS MEDIDAS SÉRIAS, um dos países mais
pobres do mundo, apesar de, Segundo dizem por aí, pertencermos ao clube dos
ricos – Empregados dos ricos, talvez…
Estamos aqui para dizer que não aceitamos a escravatura,
a indignidade, a precariedade, a insegurança, o baixo salário e o não salário
enfim, a miséria.
Trabalhamos e temos direito a uma vida digna e não
aceitamos que, a propósito duma dívida que DIGA-SE: NÃO É NOSSA…
Se ponha em causa
a nossa vida do presente “já”, e também em especial, dos nossos filhos e netos.
Exigimos Apenas uma coisa Simples:
Que a Justiça Portuguesa cumpra o seu papel de órgão de
soberania.
Cremos que, se a justiça funcionar corretamente, os
responsáveis pelo estado geral do País serão julgados e responsabilizados e, os
trabalhadores e demais cidadãos deste país, terão a luz ao fundo do túnel no
caminho do progresso e do desenvolvimento.
A Greve Geral já anunciada para o dia 14 de Novembro
próximo, e outras lutas já em progresso, será mais um passo importante para a
queda deste governo, para a derrota desta política de submissão e para o início
da reviravolta que pretendemos no caminho do desenvolvimento e do emprego.
A Luta Continua.
Viva A GREVE GERAL
Viva a CGTP
Sines, 10 de Outubro de 2012
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