Foi revelado mais um estudo do Eurostat que coloca Portugal na cauda da Europa em aspectos de bem-estar social. Os dados divulgados este mês e citados na edição de hoje do Diário de Notícias mostram que sete em cada dez trabalhadores a prazo portugueses estão nessa situação contra a sua vontade, ansiando por mais estabilidade no emprego. Este grau de insatisfação só é maior em quatro países: Chipre, Lituânia, Grécia e Bélgica. Do ano 2000 para 2005, a nível europeu, a taxa de trabalho a prazo forçado aumentou um por cento, enquanto em Portugal quase duplicou. Portugal é o segundo país da União Europeia com mais trabalhadores a prazo (20,3% das mulheres e 18,7% dos homens), logo a seguir à Espanha.
Que Portugal ocupa um lugar cimeiro ao nível do número de contratados a prazo, já não é nenhuma novidade. Mas os dados da Eurostat revelam que em Portugal o número de trabalhadores insatisfeitos com a sua situação precária é muito superior à média europeia. Ou seja, enquanto na Europa cinco em cada dez trabalhadores a prazo estão nessa situação contrariados, esse número ascende a 7 em cada 10 em Portugal. Este aumento de insatisfação deu-se de forma muito rápida no país, já que em 2000 o número de trabalhadores a prazo insatisfeitos (40%) estava abaixo da média europeia (49%).
Os dados do Eurostat mostram também que, a nível europeu, são as mulheres e os jovens os mais insatisfeitos mas também aqueles que mais estão expostos a contratos de trabalho a prazo. No caso dos jovens (com menos de 30 anos), cerca de 31% estão empregados a termo.
"PASSO A PASSO, OS RESULTADOS COMEÇAM A SURGIR...