Utilizando uma conhecida técnica de manipulação – as chamadas “palavras armadilha” usadas no enquadramento manipulatório - estudadas pelas ciências da comunicação, e tal como sucedeu com o chamado “factor de sustentabilidade”, em que o governo procurou esconder o seu verdadeiro objectivo, que era o de reduzir as pensões de reforma, utilizando uma palavra positiva, que é “sustentabilidade” (Quem é que não está de acordo com a sustentabilidade da Segurança Social), também neste caso procura-se ocultar o verdadeiro objectivo, que é a liberalização dos despedimentos, utilizando a palavra “flexigurança” que pretende, como isso fosse possível, conciliar interesses de classe contraditórios, a saber: o interesse da entidade patronal em despedir como e quando quiser, e o interesse do trabalhador em ter um emprego seguro. Como mostraremos, se a “flexigurança” fosse introduzida em Portugal, a realidade seria bem diferente daquela que os seus defensores apresentam, pois aconteceria o seguinte: a entidade patronal ficaria com o poder de despedir livremente, e o trabalhador ficaria sem qualquer segurança de emprego.
(o tema da Flexisegurança continuará a ser abordado do ponto de vista das implicações para contratos com e sem termo)