29 julho, 2009

Tribuna Inaugura PINS e protesta contra a Mentira

Uma Tribuna Púiblica que questiona O Governo:

Mas fazem-se mais perguntas:
Das várias Intervenções de Sindicalistas (Luis Leitão; Helder Guerreiro; Arlindo Passos; Armando farias, Egídio Fernandes e Daniel Silvério)
Extraímos e publicamos duas das intervenções:

1ª Daniel Silvério

Caros camaradas e amigos

Estamos hoje aqui para denunciar publicamente, as politicas desastrosas feitas por este governo cessante, do Sr. “Eng.” Sócrates.

Muitas promessas foram feitas e muito poucas as que foram cumpridas.

Ora vejamos o Sr. 1º ministro esteve o ano passado (2008) no lançamento de 4 1ªs pedras.

1- 13 de Março, Artenius – lançamento 1ª pedra “ Um projecto de importância maior para o crescimento da economia portuguesa e para o emprego.” (palavras do Sr. Primeiro Ministro) 400 milhões de Euros, 99 Milhões de apoio do Estado Português, e ainda mais o investimento da Caixa Geral de Depósitos, uma das principais accionistas (agora estão a venda 40% das acções por 40 Milhões de Euros), e onde estão os 350 postos de trabalho entre os 150 directos e os 200 indirectos.

2- 17 de Setembro neste dia não lançou apenas uma mas sim 2, 1ªs pedras uma para a Repsol, e a outra para a expansão do terminal XXI “Sines está a afirmar-se como um centro industrial de primeiríssima linha” e “estes investimentos privados são da maior importância para o país”. (Estas foram mais uma das palavras proferidas a quando do lançamento das pedras). O investimento Repsol com 1000 Milhões de euros onde 150 milhões serão de apoio do estado português, e onde estão os 500 postos de trabalho que se dizia ia criar este investimento. O investimento do Terminal XXI anunciado, é de 69 Milhões de Euros, não se sabe quantos postos de trabalho cria.

3- 13 Dezembro visita à Petrogal para lançamento da 1ª pedra Investimento de 1,1 mil Milhões de euros e a criação de mais 100 postos de trabalho directos (apenas este projecto continua em curso)

Neste mesmo ano de 2008 foi criado um fórum entre as empresas de Sines, em como gerir os recursos Humanos das empresas entenda-se trabalhadores.
Após a criação deste fórum e da entrada em vigor deste código do trabalho começaram as empresas a aterrorizar os seus trabalhadores, senão vejamos:

Abril de 2009 Carbogal quer avançar com lay-off de 7 meses quando a lei só permite 6 meses, recuou na decisão por intervenção do sindicato

Maio de 2009 Euroresinas quer avançar com alteração do conteúdo funcional das categorias profissionais não cumprindo assim com o contrato assinado com os trabalhadores, bem como com a contratação colectiva aplicada ao sector. Valorizar a resistência destes trabalhadores, na não aplicação das alterações previstas pela empresa que pretende dispensar 5 trabalhadores de uma empresa de segurança, substituído os trabalhadores por operadores e estes operadores pelos chefes de turno. (e quem faz de chefe de turno???)

Junho de 2009 Repsol avança com um lay-off infundado alegando que teve um decréscimo de 53,66% no valor das vendas em relação ao mesmo período de 2008, quando teve um decréscimo nas vendas de produto feito de apenas 14 %, a diferença deve-se apenas ao facto de o barril de crude matéria prima utilizada no ano passado ter estado entre os 100, e os 150 Dólares o barril, e este ano estar apenas entre os 45, e os 75 Dólares, razão pela qual a margem de lucro da empresa é menor. Esta medida abrange mais de 50% dos trabalhadores da empresa e cerca de 400 trabalhadores de prestação de serviço (manutenção, que prestam serviço permanente na Repsol).

Com tudo isto foram propagandeados cerca de 2,5 mil milhões de Euros para Sines, e mais de 5000 postos de trabalho durante a fase de construção, até 2011.

Justificavam já os empresários de alguns sectores e com o intuito da precarização e do trabalho emigrante que não teríamos em Sines mão-de-obra qualificada.

Onde estão os ditos investimentos?

Onde estão os postos de trabalho?

Desafiamos agora o nosso primeiro-ministro a vir a nossa região, dizer a estes trabalhadores e esta população que mentiu, apenas esteve a fazer propaganda.

Viva a CGTP

Vivam os trabalhadores das indústrias da região.

A luta continua

Daniel Silvério
SINQUIFA
FIEQUIMETAL
CGTP-IN

2ª Intervenção - Egídio Fernandes


Até há muito pouco tempo, Sines e a sua envolvente era falada não só nos meios políticos e sociais como um centro importante de trabalho e, consequentemente como um pólo Industrial de nível internacional onde o emprego dos cidadãos, seria a mais valia de todo esse projecto, com todas as consequentes vantagens ao nível social.

Era esta cidade mas também a região alvo de visitas assíduas dos mais importantes políticos e empresários investidores, fazendo crer ao mundo e aos cidadãos em geral que os tempos próximos seriam tempos para investir e de progresso.

Quando falamos em investir entenda-se, falamos em toda a sua vertente transversal desde o investimento nas Infra-estruturas, ao Investimento nas Pessoas, na formação profissional.

Nas feiras do emprego entretanto promovidas que assistíamos, as verdades proferidas em tom solene, eram na altura inquestionáveis muito embora quando “espremíamos” o Sumo desse emprego, apercebíamo-nos de que, praticamente só as empresas de trabalho temporário tinham as inscrições abertas a trabalho ou pseudo-emprego, que mais não é que do que precarizar e tentar criar uma geração sem direitos.

Convém também não esquecer que na altura, questionávamos a qualidade do emprego, do ponto de vista do direito e da qualificação e só aparentemente, alguns actores da nossa praça, pareciam estar de acordo connosco, quando chamávamos à atenção para a necessidade de fiscalizar a sério o falso trabalho temporário que estava e está em franca proliferação.

Mas, dizíamos que…

Os
Pequenos e médios empresários, Comércio, Hotelaria, Restauração mas também as empresas de Construção Civil, Metalomecânicas e outras, foram-se ajustando ás previsíveis necessidades, adquirindo equipamentos, comprando materiais, formando trabalhadores e admitindo outros para os Choques positivos que adivinhavam.

As famílias por sua vez, foram ganhando confiança nas estruturas previstas e nas políticas programadas.

As primeiras pedras foram-se lançando, as cerimónias e protocolos foram-se sucedendo o que mais expectativas ajudavam a criar.

No entanto, o tempo foi passando e as visitas de ministros, secretários de estado e outros, desapareceram e as ervas daninhas começaram a crescer em volta das primeiras pedras lançadas uns meses antes.

O que se terá passado entretanto?

Para quem tinha tantos e tão grandes projectos, para quem anunciou investimentos tão avultados (falava-se em mais de 2,5 mil milhões de euros), para quem anunciou mais de 5 mil postos de trabalho, pergunta-se de novo, onde anda todo esse dinheiro e o que é feito do investimento público principalmente nos projectos considerados PIN? (Projectos de interesse nacional)

Todas as semanas havia notícias sobre o pólo de Sines:
Era a refinaria do Sr. Patrick Monteiro de Barros, depois vinha o alargamento da Actual refinaria da Galp, mais tarde a construção duma Central Eléctrica de Ciclo Combinado, o Investimento na Repsol e também o projecto Artenius.

Refira-se que este último projecto requeria a necessidade de recrutar 150 postos de trabalho altamente qualificados directos e 200 indirectos.

De facto. E isto são factos apenas, tudo se esvaiu…

Que podemos nós trabalhadores e cidadãos da região concluir deste estado de coisas?
Que confiança nos merece esta gente que rapidamente dá o dito por nem sequer, o não dito?

Concluímos, que tudo não passou de propaganda barata!
Mas o facto que nos traz aqui hoje é muito sério e tem que ter consequências sérias…Há responsáveis que todos conhecemos!

A população trabalhadora da região de Sines, mas também os pequenos empresários foram ENGANADOS.

Quem nos engana desta forma tão vil não é de confiança nem merece a nossa confiança.

Estar aqui nesta Avenida Vasco da Gama em Sines a denunciar publicamente as façanhas de um Governo que engana por mera propaganda política é para nós um acto de direito e de cidadania.

A provar o que aqui denunciamos, temos infelizmente que constatar o lado negro deste tipo de propaganda.

Falamos da Repsol Polímeros e do Lay-off imposto aos trabalhadores recentemente.

Os dados que temos e a opinião colhida junto das estruturas representativas dos trabalhadores permitem-nos afirmar que este injustificado processo de Lay-off, é de facto, inadequado, desnecessário e só possível porque o Código do Trabalho imposto aos Portugueses pelo Governo PS, permite que as empresas Multinacionais, mas também outros grandes grupos económicos nacionais, actuem em Portugal de forma diferente, para pior, do que actuam noutro país da CE, mesmo que as condições financeiras cá, sejam significativamente superiores como é o caso.

Os dados são conhecidos e, os trabalhadores poderão até exprimir melhor o seu sentimento.

E que dizer das empresas “satélite” que garantem a manutenção desta?

Estima-se cerca de 600 trabalhadores sem trabalho pela asfixia destas pequenas empresas. São de facto muitas famílias a viverem dias difíceis.

Há alguns dias, vimos nas televisões, José Sócrates no lançamento de mais uma pedra, projecto esse cuja previsão é a criação de 500 postos de trabalho para daqui a uns três anos no Alentejo.

É óbvio que apreciamos o investimento e a criação de postos de trabalho e desejamos, sinceramente que este não seja mais um “bluff” idêntico ao de Sines.

Por tudo Isto, exigimos o assumir das responsabilidades de quem falhou e continua a falhar na política do emprego e do investimento, bem como na gestão dos dinheiros públicos que são também nossos.
Sabemos que alguns não gostarão que os denunciemos publicamente… problema deles!

Estaremos onde entendermos que é necessário para protestar contra os erros políticos que nos impõem dia após dia.

Mas também estaremos ao lado, com toda a nossa força, dos projectos sérios que respeitem os direitos laborais, de cidadania e que sejam sustentáveis ambientalmente.

A nossa Luta vai continuar mesmo no período em que muitos ainda, felizmente, têm direito a férias.

Viva a CGTP
_____________________´
"Socrates"inaugura as pedras da discórdia

1 comentário:

efernandes disse...

Só correndo com esta gente, os trabalhadores poderão ter alguma paz.
Os socialistas traíram definitivamente os trabalhadores portugueses. Quem trai, não é de confiança.
É hora de campanha eleitoral e não nos poderemos abstrair da mesma. As falsas promessas voltarão a encantar sereias.